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O PRIMEIRO BANDEIRANTE NA NOSSA REGIÃO

11/05/2010 01:32

Desde o início da colônia, a região do médio São Francisco constituiu uma espécie de refúgio para negros e índios que conseguiam fugir do jugo dos portugueses. Acredita-se que a origem da comunidade de Parateca date do começo do século XVII. No final do século XVII, o surgimento deste e de outros quilombos no norte do São Francisco passou a ser visto pela coroa portuguesa como um perigo a ser combatido. Bandeirantes, vindos das capitanias de São Paulo e Minas Gerais foram então encarregados de subir o rio São Francisco e combater índios e negros rebelados até as capitanias de Pernambuco e do Ceará. Uma dessas expedições, iniciada por Matias Cardoso e finalizada por seu filho, Januário Cardoso, já no século XVIII, rendeu à família a doação pela coroa de uma grande sesmaria. As terras atribuídas a Januário Cardoso se estendiam da atual cidade de Januária até uma igreja por ele construída e que ficou conhecida como Parateca. Naquela época, o rio São Francisco desempenhava o importante papel de principal via de trânsito entre o decadente nordeste açucareiro e a região das Minas Gerais que despontava como importante centro minerador. Em Parateca e Pau D'Arco o intenso uso do rio São Francisco contribuiu para que nas suas margens se instalassem fazendas de gado, principalmente nas primeiras décadas do século XVIII. No entanto, com a instalação de uma política colonial de forte controle fiscal das Minas Gerais, as vias de acesso aos centros auríferos foram bloqueadas. No rio São Francisco isso não foi diferente e o trânsito de embarcações passou a se restringir a contrabandistas. As terras em toda a região se tornaram território sem-lei. Esse bloqueio contribuiu para que a região se isolasse por cerca de cem anos, entre os séculos XVIII e XIX, fato que propiciou a proliferação de quilombos. Num primeiro momento, os quilombos foram formados pela população negra abandonada por seus senhores. Já no início dos anos de 1800, verificou-se uma nova expansão da população negra aquilombada com o ingresso de negros fugidos que viam naquela região erma e distante das vilas e cidades coloniais uma possibilidade de abrigo seguro.

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